6 de nov. de 2011

Somantrasturas




Some-se aos nós, siga o som. Suspenda a mente e respire....

Sente-se no eixo, ou suspire nele. Compra-se a primeira carta, paga-se o preço.
Somantrasturas são sons, somas, mantras, trastes, texturas, estruturas girando. A brincadeira das forças. As passagens dos sons, os cursos das ondas, as danças das claves. Os seus sons me soam, suas línguas me lambem, mas principalmente, meus e seus ouvidos se/te escutam. Sustenta-se o som.

Vem como maré, que leva e afoga na vibração das partículas. Colo o ouvido no solo, ouço a sorte e vice versa, a carta que suspende o jogo é um acordo entre o mundo e eu, ganho mais tempo pra jogar.

É um ritual de passagem que sobe em Babel de cartas, uma torre de sons, outras línguas, frágeis. A cada carta comprada, uma virada na mesa, outro som, outra língua, mesmo que um mesmo som ou uma mesma língua. O mundo momento suspende, momento crava, no batuque do bongô que momento amacia, momento bate. Ritmo. Quebra e base.

Até que surge o silêncio que, salpicado no baralho, fissura o fio e abre a clareira. Construimos castelocas até a última carta.

E o que julgávamos efêmero, se nos basta em força, parece.